15 de dezembro de 2014

Entrevista :: Abel Camargo (Hibria)


Senhoras e Senhores!!!!!

É com muito orgulho que trago para vocês, Abel Camargo!!! Guitarrista e um dos fundadores do Hibria!!! Uma das maiores bandas de Heavy Metal em termos nacionais e internacionais! O Hibria teve seu primeiro lançamento em 2004, o álbum de estréia Defyning The Rules, colocou a banda em outro patamar, de lá para cá o Hibria conquistou seu espaço com muita garra e trabalho honesto e hoje se estabelece entre os grandes do Metal! Abriu shows de bandas lendárias como Metallica, Black Sabbath, Megadeth, entre outras, participou dos mais importantes festivais de Heavy Metal ao redor do mundo, seus álbuns estão sempre entre os mais vendidos no Japão e atualmente estão divulgando o quarto álbum de estúdio da banda, intitulado Silent Revenge!!!! Que está animaaaal!!!! Nessa entrevista conversamos sobre o início da banda, os primeiros passos do guitarrista na música, planos futuros, trabalhos atuais, e muito mais! A entrevista está bem legal e o Abel nos deu vários detalhes importantes! Leiam atentamente! Cada palavra dita aqui é muito valiosa para os amantes de guitarra, heavy metal, música em geral! Ao Abel fica aqui nosso muito obrigado e desejamos muita sorte para ele a ao Hibria! Os caras merecem!!!! muito obrigado cara!!!! realmente foi uma entrevista incrível, uma das melhores!!!


                                                  Antônio Cesar





1-) Conte um pouco sobre seu início na música e guitarra. Quais foram as principais dificuldades e suas primeiras influências?

A música sempre foi parte integrante da minha vida. Lembro que desde piá eu curtia as trilhas de desenhos animados e de ver as pessoas tocando algum instrumento, principalmente ao vivo. Comecei a tocar violão aos 12 anos e, a partir dessa época em diante, a música se tornou a minha melhor amiga. Com uma veia autodidata, fiz os primeiros sons no instrumento, e descobri que a composição seria a minha grande paixão. Aulas vieram na seqüência, mas a minha vertente autodidata foi o meu direcionamento musical desde o início.  Nunca me interessei muito por tirar música dos outros e creio que isso tenha sido um diferencial no meu desenvolvimento como compositor, e futuramente guitarrista. Eu lembro que eu sempre tentava improvisar em cima das músicas mais do que aprender a tocá-las exatamente como eram. As minhas primeiras lembranças de bandas que eu curtia passam por Legião Urbana, Barão Vermelho, Cazuza, Titãs, Raul Seixas. Rock Nacional em geral.
Meus primeiros contatos com a música tocando violão se deram numa igreja Evangélica das mais tradicionais por influência da minha família por parte de mãe. Lá pelos meus 14 anos, passei a frequentar outra igreja e tinha uma banda muito boa que tocava lá. Foi a minha primeira oportunidade de ver uma banda tocando ao vivo. Na igreja anterior, não tinha bateria, baixo e guitarra, por exemplo. A parte musical era sempre acompanhada por violão, acordeom, e trompete, basicamente. Aos 16, comecei a tocar guitarra e a ter mais contato com o Rock, Hard Rock, que é umas dos estilos que eu mais curto até hoje, e também um pouco de metal tradicional como Iron e Metallica, que continua sendo a minha banda favorita desde então. Por mais que os fãs possam reclamar das mudanças de sonoridade dos caras, o Metallica sempre teve a coragem de ir em frente com as suas ambições musicais, e empresariais. Sem dúvida, esses caras fazem parte da minha história, e do HIBRIA, como uma grande influência no que diz respeito à banda seguir fiel aos seus princípios (e isso inclui mudança de direcionamento musical), independente de críticas ou elogios. Ter tido a oportunidade de abrir o show deles em Porto Alegre, em 2010, e ter conhecido os caras pessoalmente, foi uma experiência muito marcante. Lembro do Lars caminhando em minha direção e estendo a mão enquanto dizia: “Hi, I’m Lars”...
Bom, tendo dito que eu cresci num ambiente musical totalmente avesso as “músicas do mundo”, como muitos evangélicos costumam se dirigir a qualquer música que não seja a deles, começar a tocar numa banda com amigos que gostavam de Rock e Metal foi a minha primeira grande dificuldade. Creio que eu tenha tido muita sorte também de tocar com caras legais desde a minha primeira banda. Era diversão pura. Fazendo música e se divertindo com os amigos. Nessa mesma época, entre os meus 16 – 17 anos, fiz o meu primeiro, e único, show com essa banda, e foi exatamente nesse mesmo show que eu tive a certeza de que faria de tudo para poder viver de música, coisa que levo ao “pé da letra” desde aquela época.
A minha primeira grande influência na guitarra foi o Steve Vai, e o cara continua sendo o meu guitarrista favorito de todos os tempos. Tanto ele quanto o Metallica são os músicos que mais me influenciaram. Não só nas questões musicais, mas principalmente sobre gerenciamento de carreira.


2-) O Hibria está em atividade, desde 1996, Como foi o início? Você esteve na banda desde o início da formação? Quais foram os principais desafios até consolidar o nome da banda?

Duro como para qualquer banda que nasceu no Underground. Creio que uma das primeiras grandes dificuldades é conseguir montar uma banda com pessoas que estejam minimamente dispostas a se envolver com a música de verdade, e a pagar o “preço” por isso, e que saibam tocar seus respectivos instrumentos com alguma desenvoltura.
Sim, desde o início de tudo. Em 1993, Eu e o Marco Panichi, ex-baixista, nos conhecemos através de um amigo em comum, o Zé Bocchi – baterista da banda Magician - e começamos a compor antes mesmo de termos uma banda. Lá pelo início de 1994, ele convidou uns amigos de colégio dele para tocar com a gente e então formamos a banda Malthusian, que levou esse nome até o final de 1995, que foi quando mudamos o nome da banda para HIBRIA, após algumas mudanças de formação. Apesar da mudança de nome ter sido feita no final de 1995, consideramos a banda como sendo HIBRIA mesmo a partir de 1996 (data oficial de aniversário da banda), que foi quando o Diego Kasper, ex-guitarrista, e o Iuri Sanson entraram para a banda.
O primeiro grande desafio de qualquer aspirante a músico é ser levado a sério pela família, e até mesmo por muitos amigos. Isso acaba criando mais dificuldades do que a própria estrada da música muitas vezes. Fora isso, aquela velha questão que só quem nasceu no Underground sabe. O cara tem que estudar, trabalhar e tentar levar a banda adiante, e isso não foi diferente com a gente. Os desafios continuam basicamente os mesmos. Não é fácil ter uma banda de Heavy Metal no Brasil e viver exclusivamente disso. O cara tem que ser muito focado na causa e estar disposto a morrer por ela. Felizmente, a gente sempre teve noção que para as coisas acontecerem, a gente teria que projetar a nossa carreira para fora do país também, e foi o que a gente fez quando realizamos uma tour na Europa entre 1999 – 2000. Foi um contato importantíssimo para a gente. Construímos a oportunidade de tocar 29 shows, durante quase cinco meses, em cinco países - Alemanha, Bélgica, Holanda, Polônia e República Tcheca. É claro que existe uma diferença enorme entre morar num país desenvolvido e em morar num país corrupto para caralho como o nosso. Mas, no que diz respeito à música em si, a vida de um cara que tem uma banda na Europa não é diferente da nossa. Os caras enfrentam as mesmas dificuldades (estudar, trabalhar e tentar levar a banda adiante), mas com a enorme vantagem de se poder viajar pouco e já estar em contato com a cena de outro país, o que muitas vezes é determinante para a carreira de uma banda. Ter tido esse contato relativamente cedo na história da banda nos deu uma base muito boa de mercado e do que tínhamos que fazer para crescer.




3-) Após algumas demos, somente em 2004 o Hibria lançou um cd, intitulado Defying The Rules, que teve uma ótima aceitação da crítica especializada e público, Como foram os momentos de produção desse trabalho? E sobre a pós produção? Como foi para a banda encarar essa nova postura no mercado musical?

A gente sempre teve muita consciência de que o primeiro CD oficial de uma banda tinha que ser algo que realmente fizesse despertar interesse no público. A gente poderia ter lançado um primeiro álbum muito antes do DTR, mas não achávamos que o material tinha atingido o nível que a gente almejava. Outro fato fundamental foi a tour que fizemos na Europa entre 1999 – 2000. Tivemos alguns convites de pequenas gravadoras e de outras pessoas, que nem gravadora tinham, mas que estavam dispostas a nos ajudar a gravar um CD. Apesar dessas oportunidades, chegamos à conclusão que deveríamos investir mais tempo no desenvolvimento musical da banda, tanto na parte de composição quanto na técnica, e foi o que fizemos até lançarmos o DTR em 2004.
A partir do momento em que uma banda entra no mercado profissional, as coisas começam a ter outro peso. As responsabilidades aumentam, mas não necessariamente o retorno segue essa mesma lógica. No nosso caso, sempre encaramos a música com o máximo profissionalismo possível, mesmo que a contrapartida financeira não fosse recíproca. Os frutos que hoje são colhidos pelo HIBRIA são do esforço de já quase 20 anos de estrada, e muito devemos ao apoio de pessoas que estenderam a sua mão em momentos difíceis. Uma banda não existe sem apoio e somos muito gratos a todos vocês que incentivaram, e incentivam a banda a crescer. Não existe coisa mais gratificante para gente do que encontrar amigos de quase 20 anos de luta e saber que a gente continua juntos na batalha, assim como ter apoio de novos fãs da banda fazem a gente ter cada vez mais vontade de seguir em frente fazendo o som no qual a gente acredita.
O HIBRIA nasceu e cresceu no Underground, e temos muito orgulho disso. Não foi uma banda criada por empresários, nem por “paitrocínio”. A gente foi à luta por mérito próprio. Batalhou e continua batalhando para fazer a coisa acontecer com o suor de cada dia. A estrada é longa e a dedicação ao longo dos anos é o que faz toda a diferença. Não existe “milagre” na música. Pelo menos, nem eu nem os meus irmãos do HIBRIA acreditamos nisso. A gente acredita em trabalho, perseverança, e numa boa dose de ousadia, tudo isso aliado ao diálogo franco que só uma amizade sincera pode oferecer.


4-) Alguns anos atrás o Hibria registrou um DVD no Japão, intitulado “Blinded ByTokyo”, fazendo referência a composição BlindedBy Faith, conte um pouco sobre esse momento da banda, como foi esse show e como foi essa turnê.

A gente tem muito orgulho desse registro. Marca um momento muito importante na carreira do HIBRIA. Na realidade, o nome é um trocadilho entre o nome da música e a cidade na qual o DVD foi gravado, Tóquio.
Esse ano, 2011, foi um ano de shows espetaculares. Além da gravação do DVD, também tocamos em Nagoya e Osaka, na Coréia do Sul, e na China, sendo a primeira banda de metal do Brasil a tocar lá. Essa tour Asiática foi muito bem sucedida e ajudou o HIBRIA a consolidar o seu nome por lá. Desde 2009, já tocamos cinco vezes no Japão e temos uma relação muito forte com o país e os nossos fãs por lá, tanto é que esse ano eles nos deram um dos maiores presentes que uma banda pode ganhar: Um Fã Clube! Para quem quiser conhecer o Tiger Club Manic, primeiro Fã Clube Oficial do HIBRIA no Japão e no mundo, só acessar o site: http://hibria-ja.wix.com/tigerclub
O show da gravação do DVD foi uma experiência surreal. Imagina só. Tu tá do outro lado do planeta, literalmente falando, para gravar um DVD num lugar espetacular, e completamente lotado por pessoas que têm todos os álbuns da banda e que conhecem cada uma das músicas que a banda já gravou. Naturalmente, também foi um dos momentos de maior responsabilidade na carreira da banda. Gravar um DVD ao vivo, em apenas uma noite, não é uma coisa fácil. Requer muito planejamento e dedicação, no qual o controle emocional tem um papel decisivo. Felizmente, o resultado final ficou excelente e a gente conseguiu registrar um material que dá muito orgulho para gente e para os nossos fãs mundo afora, visto os comentários que sempre recebemos a respeito do Blinded by Tokyo.




5-) O mercado internacional ainda apetece muito as bandas de heavy metal nacional, não só o Hibria mas como Angra, Sepultura, entre outras acabam colhendo ótimos frutos na Europa, Ásia e América do Norte, essa situação tem melhorado bastante, porém ainda é notável que tais bandas se destaquem mais no exterior, o por que isso ocorre? O que tem a mencionar sobre o mercado musical nacional voltado para o heavy metal?

Pela simples razão do cara que curte metal no nosso país achar que uma banda de Metal do Brasil só é digna de seu apreço se ela já tiver sido “aprovada” pela mídia e pelos fãs de Metal de países nos quais o gênero já é mais antigo, desenvolvido. Isso é muito triste, mas é assim que funciona, infelizmente. Essa lógica é total na contramão do que outros países têm de relação com as suas bandas locais. Para eles, é motivo de grande orgulho ter uma banda no país que seja legal. No Brasil, isso só acontece se o acima for colocado em prática.
O mercado é excelente para as bandas estrangeiras, mas está cada vez mais difícil para as bandas nacionais, e tudo se explica no parágrafo acima. Enquanto essa lógica não for quebrada, nunca vamos ter uma cena Metal “estável” no Brasil. Naturalmente, o problema não é só esse. A falta de estrutura dos locais (som, luz, palco, segurança, acesso, etc) e a péssima índole de alguns produtores, contribuem para o não crescimento do mercado, apenas para citar algumas poucas questões. A coisa certamente é bem mais complexa do que o acima.




6-) Tem alguma música, ou álbum do Hibria que você tem um carinho maior?

Shoot me Down se fosse para escolher apenas uma. Essa escolha não é apenas pela parte musical, mas também pela letra. Ela faz parte de um álbum, Blind Ride, que foi um divisor de águas no que diz respeito à sonoridade da banda, e creio que ela represente bem essa mudança.
As letras desse álbum foram inspiradas no Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago, mas essa, em especial, teve inspiração num fato bem particular. Estava voltando para casa um dia desses qualquer e me deparei como uma cena que eu tenho certeza que a esmagadora maioria dos brasileiros se depara diariamente: Moradores de rua. Dia frio. Chuva. Inverno do Rio Grande do Sul. Como disse, é uma cena que a gente se depara com freqüência, mas esse dia foi diferente. Fiquei realmente consternado com a situação e resolvi colocar isso em palavras, e essas se tornaram a letra da Shoot me Down. Ela foi escrita “na voz” de um morador de rua e representa a dor de não se ter absolutamente nenhuma esperança. Para os amigos que ainda não conhecem essa música, fica o convite para assistir ao clipe dela: https://www.youtube.com/watch?v=LAngod_taNI
Silent Revenge é o álbum que eu tenho um carinho maior. Ele mostra um HIBRIA ainda mais forte e unido, e é o álbum no qual inserimos mais elementos diferentes no nosso som, coisa que queremos fazer sempre. Ele também representa o início da discografia da nova formação e bastante do direcionamento musical que a banda quer seguir (melodias com muito peso e agressividade, nunca se prendendo a rótulos).




7-) Sobre suas influencias, o que tem escutado e estudado ultimamente? Quais são os caras que no momento influenciam sua musicalidade?

Tenho escutado muito Jazz, que é o que eu mais escuto atualmente, Blues, e vários tipos de música, independente de estilos, desde que tenha bastante groove, swing na sua concepção.
Eu procuro variar bastante o que eu estudo de forma que eu consiga tocar qualquer tipo de som com a mesma fluência, o que, naturalmente, não é uma tarefa fácil visto que cada estilo de som tem as suas peculiaridades. Atualmente, improvisação tem sido a minha área de estudo favorita, no que diz respeito ao desenvolvimento de fraseado. Tenho focado esses estudos principalmente no Jazz e no Blues, mas também tenho me desafiado a improvisar em cima de qualquer estilo desde que tenha uma parte rítmica interessante ou uma harmonia que me faça pensar mais modalmente.
Fora os estudos de improvisação, outras frentes que fazem partes dos meus estudos regulares de guitarra passam por chicken picking (ou palhetada híbrida), bends, vibratos, vários tipos de palhetada (não só alternada), sweep picking, só para citar algumas, sempre focando em compor, que é o que eu mais curto fazer, fora tocar com o HIBRIA. A gente tá sempre compondo e isso nos leva a estar sempre estudando também de forma que a gente consiga sempre apresentar algo genuíno.
Músicos de Jazz (John Coltrane, Miles Davis, Chet Baker, só para citar alguns), e na esmagadora maioria das vezes, ouço música sem guitarra, como formações de Jazz somente com batera, baixo, piano, metais. Isso acaba sendo interessante porque o foco acaba sendo a música e não um instrumento especificamente. Minha maior influencia musical é tocar com os irmãos do HIBRIA e deixar o som fluir naturalmente.


8-)Sobre equipamento, o que tem usado ultimamente? Costuma variar muito de uma situação de estúdio para uma ao vivo?

Eu uso guitarras Ibanez modelo ARZ 800, sendo que a mais recente delas foi customizada pela Ibanez Japão, conforme as minhas especificações, e uma pedaleira Digitech modelo RP1000. Também uso transmissor da AKG.
Varia, sim, até porque não usamos amps para ensaiar no nosso estúdio. É tudo feito de maneira digital (pedaleiras e batera eletrônica), e todos nós tocamos de fone de ouvido com o metrônomo presente em todas as mixes, que é exatamente como tocamos ao vivo. Esse método faz com que a banda toque muito “sincada”, visto que todo mundo está se ouvindo muito bem. O uso do click para ensaiar e para tocar ao vivo tem um papel importantíssimo na performance da banda, assim como nas gravações. Outra grande vantagem de se ensaiar e tocar ao vivo de fone (in-ear), é o fato de a gente usar um volume muito mais baixo do que o usual, o que nos deixa bem mais tranquilos quanto a evitar problemas auditivos. Isso também faz com que a gente toque com um volume mais “confortável” aos ouvidos, fazendo com que a gente possa ter uma performance segura(se ouvir bem e tocar bem).
Já ao vivo, o que varia mesmo são os amps. Em Porto Alegre, temos o apoio da Digitech no que diz respeito a amplificadores e caixas, mas, infelizmente, esse apoio não acaba sendo possível em outras regiões do país ou do mundo.




9-) Qual sua preferência, efeitos analógicos ou digitais?

Analógicos, mas os efeitos digitais estão se saindo muito bem. Como comentei, eu, assim como o Renato Osorio, usamos uma pedaleira da Digitech modelo RP1000, que é excelente. Extremamente versátil e com ótimos efeitos digitais. Uma das grandes sacadas dessa pedaleira é uma ligação que é feita com 4 cabos, quando se usa o loop de efeitos. Ela acaba conservando o sinal original da guitarra de maneira que não haja mudanças no som mesmo usando em loop.




10-) Você possui parcerias ou acordos com empresas do ramo musical que viabilizam seus projetos e carreira?

Eu sou apoiado pela Ibanez, Digitech e AKG, assim como o HIBRIA.
No que diz respeito à viabilização de projetos e carreira, só tenho agradecer a Harman (Digitech / AKG) e a Ibanez / Japão pelo apoio que eles têm nos dados desde que começamos as nossas parcerias.




11-) Algum novo projeto ou novidades no Hibria que gostaria de mencionar?

Agora em dezembro, sai o relançamento do nosso primeiro álbum, Defying The Rules, que está completando 10 anos do seu lançamento no Japão. O CD foi todo regravado pela nova formação e esse material sai somente no Japão, com duas faixas bônus. Ele está todo meio tom abaixo em relação ao original, o que acabou adicionando um peso muito forte ao som, e alguns arranjos foram adaptados de acordo como tocamos os sons ao vivo ao longo dos anos. Apesar de ser uma regravação, diria que é um novo álbum porque ele acabou ficando com uma “roupagem” diferente em relação à versão original. Essas mudanças acabaram acontecendo naturalmente visto que são outros músicos tocando (somente eu e o Iuri da formação do DTR 2004). O álbum também tem outra concepção de mixagem, a cargo do nosso baixista Benhur Lima, e produção musical de Renato Osorio, também guitarrista da banda, que fizeram um trabalho excelente, assim como fizeram no mais recente trabalho de estúdio da banda, Silent Revenge. Também não posso deixar de citar o trabalho formidável do nosso baterista, Eduardo Baldo, que adicionou muita vida ao som através de novos arranjos, levadas e muito bom gosto.
Aqui vai uma novidade forte: O novo CD do HIBRIA, quinto de inéditas na carreira da banda, já se encontra em estágio avançado de composição!
Outro lance para o pessoal que curte o som do HIBRIA ficar ligado é o trabalho que eu e o Renato estamos desenvolvendo nos nossos Workshows. Eles são voltados a “guitarras gêmeas” e é uma oportunidade para os amigos guitarristas, ou apenas amantes de música em geral, sacarem sobre como desenvolvemos as guitarras do HIBRIA, além de sempre ter um espaço para o pessoal fazer perguntas e conhecerem mais sobre a trajetória dos músicos e da banda.




12-) Agradecemos muito sua presença aqui no Guitar Tech, esse bate papo é realmente muito importante para nós, lhe desejamos muita sorte, não só a você mas para todo oHibria e para terminar, gostaríamos que deixasse uma mensagem para os leitores do blog e os fãs do Hibria.

Eu que agradeço a oportunidade e o apoio. Fiquei lisonjeado com o convite e tentei ao máximo dar uma entrevista sincera de quem tá na luta na música há mais de 20 anos, desses quase 20 anos dedicados exclusivamente ao crescimento do HIBRIA.
Eu sempre tive uma coisa muito clara na minha cabeça desde que comecei a tocar: Composição. Para mim, é a composição que define uma banda, um músico. Espero que os amigos leitores pensem em relação a isso e dediquem tempo para compor. Que busquem ter aulas com quem tem um trabalho estabelecido e bem sucedido como compositores. Eu simplesmente não vejo sentido em bandas, músicos gastando o seu tempo para tentar soar como as suas bandas favoritas (compor o que já foi composto...), e tentando viver de música a partir disso. Façam algo diferente. Estudem todos os tipos de música que puderem, e estudem música acima de qualquer coisa, não somente o instrumento que tocam. Saber o “funcionamento” de outros instrumentos é um grande diferencial para se ter um som mais original.

Para finalizar, apoiem as suas bandas favoritas indo aos shows, divulgando o som delas, e também investindo no material que elas vendem. Temos ótimos músicos e bandas no Brasil e todos só têm a ganhar com o crescimento da cena no país.



ROCK!!!

Um comentário:

  1. Grande Abel !!! Conheci a Hibria meio tarde , em 2007 . Fiquei admirado com o som dos caras . Sou fã e acompanho o trabalho da banda desde então . Além de serem grandes músicos , são guerreiros e muito gente boa a gurizada .

    Muito boa a entrevista , parabéns !!!

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